sexta-feira, 31 de agosto de 2012

OS JOGOS ELETRÔNICOS E A EDUCAÇÃO

Por: Leandro Villela de Azevedo

É muito comum ouvirmos o tempo todo como os jogos eletrônicos prejudicam nossos jovens e crianças. Fala-se dos males causados pelas horas seguidas em frente a uma TV ou vídeo, fala-se da violência presente em jogos de tiro, fala-se de crimes que teriam sido inspirados em certos jogos. Chegando até mesmo a ouvirmos, dos mais radicais, a necessidade do completo cancelamento destes jogos.
Cabe a mim, aqui, como educador, tentar demonstrar como os jogos eletrônicos também possuem uma outra face e como eles podem ser bem utilizados como ferramentas de ensino e aprendizagem. Os jogos em si não são maus, embora eu jamais possa discordar que eles sim tem maus usos (ou talvez mais propriamente dito, seus usos inadequados ) .
Entretanto há alguns anos venho fazendo uso destes jogos para o ensino. No meu caso especificamente sou professor de história, embora tenha algum conhecimento de suas utilidades em praticamente todas as matérias. Apesar do uso deles ser restrito, uma vez que desconheço qualquer instituição de ensino que permitiria o seu uso amplo, em sala de aula, creio que tenho resultados relativamente quantitativos e qualitativos para expor. Trabalhei, especialmente com grupos pequenos, de até 5 alunos, que em horário alternativo se reuniam comigo para tais atividades. Diga-se de passagem que se reuniam com muito gosto.
Citarei aqui alguns deste jogos e suas principais finalidades educativas.


Age of Empires


Lançado há vários anos para computadores do mundo inteiro, já está em sua terceira edição. A primeira edição simulava a evolução da humanidade desde a pré-história até a Grécia Antiga (sendo posteriormente expandida até Roma com um “pacote de expansão ). Obviamente trata-se de um jogo e não um simulador perfeito, uma vez que os seus personagens tem praticamente vida eterna, não morrem e não ser que devorados por algum animal ou morto por um outro humano. O jogador controla até 200 pessoas ao mesmo tempo em um sistema semelhante ao xadrez, mas além do controle dos humanos há uma ampla utilização de construções, evolução tecnológica, criação de cidades, funcionamento da agricultura e gerenciamento de recursos naturais, tais como comida, madeira, pedra, ferro, ouro.
Ainda nos primeiros jogos, que recontam a história da civilização egípcia, há uma precisão muito interessante. Os alunos percebem claramente a diferença entre a caça e a coleta e em nível posterior, a plantação e colheita. Sentem “na pele” essas transformações. Percebem como começa a ocorrer o processo de sedentarização, a primeira onda de agricultura com o plantio de trigo, chegando até mesmo á evolução de rotação de culturas.
Na sua versão número II temos o período da queda de Roma até o século XV. Com a reprodução muito fiel de história de diversos personagens como Joana D´arc, Barba Ruiva, Saladino, Gengis Khan e outros. Reproduções “semi-fiéis” de cidades medievais como Paris ou Jerusalém.
A versão número III lançada em 2005, conta com o período até a era napoleônica.
Faraó, Cleópatra, Caesar III, Imperador - Os quatro jogos são muito semelhantes e recriam o funcionamento e gerenciamento de cidades antigas, respectivamente no Egito, Roma e China. O aluno jogando precisa recriar e gerenciar cidades importantes da história, desde a obtenção de recursos básicos como comida, evitar epidemias, incêndios e desabamentos até mesmo chegando a noções de funcionamento militar. Entre outros fatores que são facilmente ensinados através destes jogos temos, o funcionamento dos aquedutos romanos, todo o seu sistema até levar a água às fontes, o sistema de saúde e a importância dos barbeiros nestes e também das termas e balneários, as principais pestes que assolavam as cidades da época e como tratá-las. Entram em contato com a religião destes povos, com um destaque especial para o caso da China, onde até a construção da cidade devem respeitar normas específicas da cultura de seu povo. No caso do Egito, por exemplo, controlar o estoque alimentício para vencer as adversidades de possíveis secas no Nilo é indispensável. Qualquer aluno, com uma orientação adequada, pode não somente aprender muito sobre estes povos, mas especialmente desenvolver o gosto e o amor pelo conhecimento histórico, o que facilitará e muito o funcionamento das aulas normais por parte do professor.

Civilization

 
Já em sua terceira versão, e contendo pelo menos 10 subversões, ele simula a evolução de um povo desde o começo do seu processo de sedentarização até os dias atuais. Uma linha evolutiva completa, relações entre tecnologias, construções, técnicas, vantagens de povos específicos e até mesmo desastres naturais podem ser encontrados. O jogo é extremamente demorado, sendo que uma partida pode levar até meses. Entretanto ele possui um sistema simples de se simular qualquer época específica solicitada pelo professor, chamadas de “cenários” que permitem que com uma mesma ferramenta o professor possa englobar inúmeros cenários históricos. Aqui se encontram, por exemplo, as guerras mundiais, Napoleão, Cruzadas, Era dos Descobrimentos, independência dos Estados Unidos e Guerra Civil Americana, Mundo atual, Expansão Islâmica, Império Mongol, Império Turco, Guerra da reconquista, Guerra Civil Espanhola, Revolução Mexicana, e até mesmo alguns cenários brasileiros como a Guerra do Paraguai e a Guerra em Canudos.

Knights of Honor 

 
Recria com muita perfeição o cenário medieval, levando em conta religiões, servos, recursos naturais, dedicação dos vassalos, espionagem. Ele tem a opção de se seguir a história com alguns pontos de checagem que recriam as situais tais como elas eram, 1100, 1350 e 1450. Através dele é possível se entender todo o processo de reconquista, cruzadas, etc. Mas também podemos escolher um reino específico e nos concentrarmos na história deste reino, como por exemplo, Castela, Leão Aragão e Navarra, que se fundem em Espanha em 1492. Com o auxílio do professor todo esse universo pode ser recriado, e por haver registro de pelo menos 150 povos medievais na Europa, Ásia e África ele permite que o professor pré-selecione alguns que ele desejar e faça com que cada parte da sala trabalhe com um povo específico e depois eles trocam entre si essas informações através de seminários.
Dei aqui apenas alguns exemplos específicos destes simuladores históricos, mas sem dúvida existem muitos outros que podem ser utilizados. Embora certamente ainda exista a barreira cultural contra essa utilização, creio que em breve ela será mais aberta e permitida e somente então é que os verdadeiros lucros dela poderão ser colhidos. Não devemos lutar contra os jogos eletrônicos, mas pelo contrário, devemos tomá-los a nosso favor e com isso será muito mais simples vermos na sala despertar a mesma paixão pelo ensino que temos em nós.


Postado por:
Equipe NTE Manaus Planalto 
 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

DICAS DE PROGRAMAS PARA CRIAR HISTÓRIAS EM QUADRINHO


O NTE Manaus Planalto dando continuidade ao processo de oferecer aos professores subsídios para utilizarem as diversas tecnologias existentes nas escolas como ferramentas pedagógicas e que possam auxiliar na melhoria de seu fazer pedagógico, segue com suas postagens de sugestão de softwares educacionais. Na postagem anterior foi sugerido o software HagáQuê, que serve para criação de HQ (Histórias em Quadrinho).
Sabemos que hoje o lúdico toma outras conotações, não somente brincadeiras de roda e cantigas, mas cada vez mais se vê a utilização de softwares que servem de divertimento. Porém hoje existem softwares com finalidades educacionais que auxiliam na melhoria do desempenho dos alunos nos mais diversos componentes curriculares de uma forma mais descontraída, divertida. As Histórias em Quadrinho (HQ) auxiliam na criatividade e no desenvolvimento de várias competências, por esse motivo apresentamos abaixo vários jogos educacionais gratuitos que podem ser utilizados nas escolas sem precisarem ser comprados, ou seja, são softwares livres não pagos, que podem ser utilizados nos laboratórios de informática de qualquer escola. Veja artigo abaixo.

Seleção: ferramentas para criar suas próprias histórias em quadrinhos
Santa praticidade Batman! Conheça uma seleção de programas legais para criar facilmente histórias em quadrinhos de alta qualidade.
Por Beatriz Smaal

 Não importa se você é fã Marvel, DC Comics ou do Tio Patinhas, o que interessa é que você certamente já pensou em criar uma história em quadrinhos. Porém, se você não sabe desenhar nem mesmo bonecos de palito e seu nome não é Stan Lee, então é preciso mais esforço do que se imagina.
Mas os tempos são outros. Atualmente, existem vários programas feitos especificamente para você criar histórias em quadrinhos, sem que seja preciso sujar as mãos de grafite ou passar horas na frente da prancheta.
Selecionamos aqui algumas opções legais para você fazer suas histórias, Todas as opções são online e gratuitas (em alguns casos, você pode adquirir pacotes com mais personagens, opcional).

O Create Your Own Comic é feito para quem adora os personagens do universo Marvel, como Wolverine, Homem de Ferro ou o Quarteto Fantástico. Os desenhos seguem uma linha mais caricata dos personagens, quase como que se fossem versões infantis. Inspirados na linha de bonecos Marvel Super Hero Squad, você pode criar histórias e depois transformar tudo em PDF, para compartilhar.


Assim como o Create Your Own Comic, este site também segue a linha clássica dos personagens das tirinhas de heróis. Basta selecionar os personagens, cenários e começar a contar o que estiver na cabeça. Ele é um pouco mais limitado do que o anterior, porém ainda traz boas opções de diversão.


Assim como outros programas, o Comic Creator permite que você use a imaginação para criar as mais diversas tirinhas. Porém, ele conta com a vantagem de não necessitar de nenhum cadastro para começar os trabalhos. Basta acessar o site e já iniciar o processo.

Mais elaborados do que algumas das opções apresentadas, o ToonDoo traz diversas opções de criação, através de uma interface colorida e simples de usar. Você pode mudar não apenas os personagens, mas também cenários, como se estivesse criando um painel de colagens. Depois, é só salvar na conta do ToonDoo ou compartilhar, divulgando em diversos sites.

Esta ferramenta é feita para quem gosta dos personagens da Turma da Mônica, especificamente. Com ela, você pode desenvolver qualquer história com os aspectos das já conhecidas tirinhas de Maurício de Souza, apenas cadastrando-se no site.

O diferencial do Bitstrips é a possibilidade de criar não apenas histórias com personagens diferenciados, mas também fazer com que ele se pareça com você ou com seus amigos. Isso porque a ferramenta permite que você caracterize cor de pele, formato de olhos, cor dos cabelos e muito mais.

Voltado para o público mais jovem, o Pikikids permite que você utilize, em vez de desenhos criados pelo próprio site, as fotos disponíveis em seu computador. Uma ótima opção para zoar com os amigos, criar histórias divertidas das férias, usar imagens de animais de estimação e muito mais.


Pikistrips

Se você quer usar suas imagens, porém de uma forma diferente, o Pikistrips também é uma ótima opção. Ele transforma as imagens em desenhos, estilizando-as no estilo animado para você inserir os diálogos. As melhores ficam na capa do site, para todo mundo conferir.


Se você procura uma opção mais, digamos, completa, o Creaza vai agradar. Ele traz várias opções de cenários, balões de fala, personagens e muito mais. O diferencial, no entanto, fica por conta de que cada história segue um estilo de desenho diferente.  Você pode montar  HQs no estilo de mangá, de quadrinhos clássicos ou até mesmo no estilo de colagem.



Para criações rápidas, o Stripcreator é uma opção que certamente vai divertir você. Os personagens e planos de fundo são divididos em diferentes categorias, o que deixa o acesso mais rápido. Para relembrar as tirinhas clássicas, você pode inserir a caixa superior amarela na tela, situando o leitor sobre o local ou qualquer outro comentário pertinente que não seja mostrado nos balões.


Para completar a seleção, você pode ainda usar o ComicBrush. Ele segue os mesmos moldes dos antecessores, porém traz desenhos de alta qualidade, estilizados como cartoons. Você recebe moedas para comprar coisas que vai usar em sua história, o que deixa as opções ainda maiores. Você pode compartilhar o conteúdo pelo Facebook ou por email.


Para quem gosta de desenhar

Se todas as opções não são exatamente aquilo que você procura, é possível também encontrar programas que deixam você desenhar à mão livre, como o Mai N’ada ou o Pencil. Se você é um pouco mais experiente, essas são boas opções para criar seus próprios personagens.


Postado pela Equipe NTE Manaus Planalto
Rinaldo Antonio Rodrigues dos Santos
Coordenador Estadual do Proinfo Amazonas
Coordenador NTE Manaus Planalto